A assessoria de comunicação desempenha um papel central na gestão de qualquer instituição de saúde, influenciando diretamente a qualidade do atendimento prestado, a confiança do público e a reputação da organização. Em tempos marcados pela disseminação de informações de fontes duvidosas, a necessidade de estratégias de comunicação claras e eficazes torna-se ainda mais crítica.
Instituições de saúde, como hospitais, órgãos de pesquisa, laboratórios e clínicas, dependem de uma comunicação precisa e confiável para gerenciar crises, educar o público e otimizar suas operações internas. Uma assessoria de comunicação bem estruturada pode ser a chave para garantir que todas essas áreas estejam funcionando em harmonia.
Comunicação: um pilar estratégico
No setor da saúde, a comunicação é muito mais do que uma ferramenta de divulgação. Ela é um componente estratégico que garante o alinhamento entre os profissionais de saúde e os pacientes, minimizando erros e potencializando a qualidade do atendimento.
Segundo dados da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos Estabelecimentos de Saúde Brasileiros (TIC SAÚDE 2023), cerca de 54% dos usuários de Internet no Brasil buscaram informações sobre saúde, enquanto 33% utilizaram serviços online como agendamento de consultas ou busca de remédios, refletindo a crescente relevância do ambiente digital na área da saúde. No entanto, apenas 49% dos estabelecimentos de saúde tinham um website em 2023, um número que se manteve estável em relação ao ano anterior.
Uma assessoria de comunicação bem estruturada pode assegurar que as mensagens transmitidas, tanto para o público interno quanto para o externo, sejam consistentes e compreensíveis. Isso é particularmente importante em ambientes como hospitais, por exemplo, onde médicos, enfermeiros e equipes administrativas precisam estar perfeitamente alinhados para garantir a fluidez no atendimento. Já para os pacientes, receber informações claras sobre diagnósticos e tratamentos pode auxiliar na adesão ao tratamento, fortalecendo a confiança na instituição e promovendo saúde e bem-estar.
A assessoria de comunicação e o gerenciamento de crises
A área da saúde está constantemente exposta a potenciais situações de crise, como surtos de doenças, problemas internos e erros em procedimentos. Nesse contexto, uma assessoria de comunicação rápida e precisa atua para mitigar danos, proteger a reputação da instituição e, o mais importante, preservar a confiança do público.
Durante a pandemia de COVID-19, muitas instituições de saúde enfrentaram o desafio de lidar com um grande volume de desinformação veiculada em diferentes canais de comunicação. Instituições que adotaram uma comunicação proativa e transparente, informando assertivamente sobre protocolos de segurança, disponibilidade de tratamentos e medidas preventivas, conseguiram manter a confiança da população. Isso demonstra a importância de um planejamento de crise robusto, como discutido por Renshaw e Lai no artigo Addressing Health Communication in the Era of Alternative Truths, onde se destaca o papel da comunicação baseada em evidências para combater “verdades alternativas” que podem agravar crises de saúde.
Uma assessoria de comunicação especializada pode desenvolver planos de crise que prevejam diversos cenários, garantindo que a instituição tenha porta-vozes preparados e mensagens bem estruturadas para lidar com a mídia e o público em momentos de tensão. A transparência nos pronunciamentos evita o pânico e garante que as informações corretas sejam disseminadas rapidamente, ajudando a proteger a reputação da instituição.
Comunicação digital: tecnologia como ferramenta e desafio
A tecnologia transformou como as instituições de saúde se comunicam com seus pacientes e com o público. Hoje, a maioria das pessoas busca informações de saúde na internet, o que coloca as instituições em uma posição única para educar e engajar seus pacientes de forma contínua.
A presença digital de uma instituição de saúde deve ser estratégica, confiável e educativa. É o papel da assessoria de comunicação ajudar a criar e gerenciar conteúdos, como blogs, podcasts e vídeos explicativos, que ofereçam informações úteis e embasadas cientificamente, ao mesmo tempo que são fáceis de entender pelo público leigo. A otimização desses conteúdos para mecanismos de busca (SEO) também é importante para garantir que o público-alvo encontre essas informações ao realizar pesquisas sobre sintomas, diagnósticos e tratamentos.
No entanto, o ambiente digital também apresenta desafios. As redes sociais, embora poderosas para a disseminação de informações, facilitam a proliferação de conteúdos não confiáveis ou informações não verídicas. Durante crises de saúde, como o surto de Zika e a pandemia de COVID-19, a circulação de informações falsas se tornou um obstáculo para os profissionais de saúde. Com auxílio de uma equipe de comunicação especializada, é possível realizar um monitoramento das redes sociais e na criação de campanhas para combater a desinformação, atraindo a confiança dos pacientes.
O artigo de Renshaw e Lai destaca como rumores e falsas informações se espalham rapidamente durante crises de saúde, influenciando negativamente o comportamento das pessoas. Um exemplo foi o uso de medicamentos sem embasamento científico durante a pandemia de COVID-19, em uma tentativa errônea de “curar” a doença.
Nesse contexto, a comunicação deve atuar ativamente para desmistificar mitos e promover a educação em saúde. Isso inclui a criação de conteúdos educativos e a gestão contínua das redes sociais e dos canais de comunicação digital. Além disso, a assessoria pode orientar a instituição na produção de campanhas que promovam a confiança no sistema de saúde, especialmente em momentos de incerteza.
Experiência do paciente
A comunicação também tem um impacto direto na experiência dos pacientes. Desde o momento em que um paciente agenda um exame até o diagnóstico final, a forma como as informações são transmitidas pode afetar a percepção do atendimento recebido. Pacientes que compreendem claramente suas condições e o tratamento proposto são mais propensos a seguir as recomendações médicas e a ter uma experiência positiva com a instituição.
Neste ponto, a comunicação garante que todos os pontos de contato com o paciente estejam alinhados em termos de clareza, empatia e precisão. Essa comunicação eficaz ajuda a reduzir a ansiedade do paciente e promove a confiança na equipe médica, contribuindo para um atendimento mais humanizado e eficiente.
Importância de uma assessoria de comunicação especializada
A comunicação no setor de saúde é complexa e exige uma abordagem especializada. Instituições de saúde lidam diariamente com informações sensíveis, como diagnósticos e tratamentos, que precisam ser transmitidas com assertividade para o paciente.
Uma assessoria de comunicação com experiência no setor de saúde é capaz de adaptar a mensagem para diferentes públicos, garantindo que tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde recebam informações adequadas. Mas, mais do que isso, a assessoria pode desenvolver estratégias personalizadas, levando em consideração as particularidades de cada instituição, e monitorar constantemente o impacto dessas estratégias para fazer ajustes quando necessário. Outro ponto importante é a presença em mídias de grande relevância regional e nacional, confirmando o estabelecimento como uma referência no assunto.
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Referências
NIC.br. TIC Saúde 2023: Levantamento sobre o uso da tecnologia nas instituições de saúde no Brasil. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2023. Disponível em: https://www.nic.br/publicacao/pesquisa-sobre-o-uso-das-tecnologias-de-informacao-e-comunicacao-nos-estabelecimentos-de-saude-brasileiros-tic-saude-2023/. Acesso em: 9 set. 2024.
National Academy of Medicine. Effective communication in health care. Washington, D.C.: National Academy of Medicine, 2017. Disponível em: https://nam.edu/. Acesso em: 9 set. 2024.
Renshaw, Anthony; LAI, Irene. Addressing health communication in the era of alternative truths: the view from medical assistance. Journal of Travel Medicine, v. 29, n. 2, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1093/jtm/taab179. Acesso em: 9 set. 2024.
