O mercado de jogos de aposta, incluindo o “jogo do tigrinho”, tem crescido de forma acelerada no Brasil, trazendo consigo um problema preocupante: o afastamento de jovens das faculdades.
Em 2023, os brasileiros gastaram cerca de R$ 120 bilhões com jogos de azar, representando 1% do PIB do país — um valor maior proporcionalmente do que o movimentado nos Estados Unidos.
Neste conteúdo vamos abordar o desafio emergente para o Brasil acerca dos jogos de azar e o impacto na educação superior brasileira.
3 em cada 10 jovens desistem de começar uma faculdade para apostar
Dados recentes revelam que, a cada 10 pessoas interessadas em iniciar um curso de graduação, pelo menos 3 desistem para continuar apostando em plataformas como o popular “jogo do tigrinho” e outras bets. Esses dados foram revelados em um levantamento feito pela empresa Educa Insights, a pedido da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).
Esse comportamento de apostas on-line já afastou mais de 1,4 milhão de potenciais estudantes das salas de aula, gerando uma crescente preocupação entre as instituições de ensino superior.
Educação vs. Apostas: onde está o investimento dos jovens?
As universidades particulares têm notado uma queda no número de novos alunos, e agora entendem melhor o papel que o mercado de apostas online desempenha nessa redução. A pesquisa revelou um dado alarmante: quanto menor a renda familiar, maior a chance de jovens trocarem o investimento em educação por apostas online. Em famílias com renda per capita de aproximadamente R$ 1.000, 41% dos jovens preferem apostar do que estudar.
Vale ressaltar que segundo dados do IBGE, trabalhadores sem diploma ganham, em média, R$ 2.400 por mês, enquanto aqueles com ensino superior chegam a receber até três vezes mais, com uma média salarial de R$ 7.000. Mesmo assim, muitos jovens se sentem atraídos pelos jogos de azar, apostando suas esperanças em um retorno financeiro rápido, mas incerto.
Jogos de aposta: um vício nacional?
O impacto do mercado de apostas online não se limita à educação. Segundo o Banco Central, o aumento recente da renda no Brasil não se traduziu em um crescimento correspondente no consumo, o que pode estar diretamente relacionado ao volume de dinheiro que está sendo desviado para as apostas.
Esse comportamento reflete uma tendência crescente entre os brasileiros, que estão gastando mais com apostas e menos com investimentos que poderiam gerar retorno a longo prazo, como a educação.
As apostas esportivas em plataformas explodiram no Brasil após a Lei nº 13.756 ser aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente Michel Temer no final do ano de 2018. E quando analisamos os anos de 2018 a 2023, percebemos que os gastos com apostas aumentaram 419%.
Análise crítica sobre decisão entre jogos de aposta ou educação
A ascensão dos jogos de aposta online, como o jogo do tigrinho, representa um desafio significativo para o setor educacional. A promessa de ganhos rápidos está afastando jovens de um investimento que, a longo prazo, pode garantir maior estabilidade financeira e melhores oportunidades de carreira.
O setor educacional, juntamente com o governo e a sociedade, precisa encontrar maneiras de conscientizar esses jovens sobre os riscos das apostas e os benefícios de investir na própria formação. Para que o Brasil tenha um futuro promissor, é importante que a educação volte a ser prioridade, especialmente para as novas gerações.
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