O monitoramento da saúde durante a gestação é de suma importância, tanto para a saúde da mãe quanto para o desenvolvimento saudável do feto. O Ministério da Saúde orienta que durante a gravidez sejam realizadas consultas de acompanhamento com a seguinte frequência: mensais até a 28ª semana de gestação, a cada duas semanas entre a 28ª e a 36ª semana, e semanais do início da 36ª semana até a 41ª semana. É recomendado que, no mínimo, sejam feitas seis consultas ao longo de todo o período gestacional.
Conforme dados do DATASUS do Ministério da Saúde, em 2022 foram registrados 2.561.922 nascimentos no Brasil. Aproximadamente 98% das mulheres fizeram ao menos uma consulta pré-natal. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 90% das mulheres com 15 anos ou mais tiveram seis ou mais consultas.
Durante este período, o corpo da mulher passa por numerosas mudanças fisiológicas e hormonais que podem influenciar diretamente o bem-estar materno e fetal. Assim, gestantes e seus médicos devem alinhar um acompanhamento sistemático da saúde por meio de exames regulares.
A compreensão e a realização de exames específicos auxiliam na detecção precoce de condições que podem surgir durante a gravidez, como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e outras complicações que podem afetar a mãe e o bebê. Esses exames permitem intervenções oportunas, o que pode prevenir consequências graves. Por exemplo, o teste de tolerância à glicose identifica o diabetes gestacional, enquanto a medição do hormônio Beta HCG pode avaliar o processo gestacional.
O monitoramento regular durante o pré-natal proporciona a tomada de decisão para a investigação de determinadas decisões. O NIPT, por exemplo, oferece informações sobre possíveis síndromes genéticas caracterizadas por trissomias em cromossomos específicos. Outro teste, que auxilia o estudo genético de possíveis alterações é a sexagem fetal, que além de auxiliar na determinação de um plano de investigação, tira a ansiedade dos pais ao indicar se estão esperando um menino ou uma menina.
Abaixo, abordaremos alguns dos principais exames realizados durante o período da gravidez, como a dosagem do hormônio Beta HCG, a sexagem fetal, o NIPT e a investigação do diabetes gestacional.
Beta HCG: descobrindo e monitorando a gravidez
A dosagem do hormônio Beta HCG (Gonadotrofina Coriônica Humana) é um exame confirmativo para a gravidez. Os conhecidos testes de farmácia, avaliam a presença do hormônio na urina, indicando uma possível gravidez que deve ser confirmada com exame de sangue que irá quantificar o hormônio no organismo.
Durante o período gestacional, os níveis do hormônio são monitorados para avaliar a viabilidade da gestação nas primeiras semanas. Uma progressão normal nos níveis de Beta HCG pode indicar uma gravidez saudável, enquanto níveis anormais ou estagnados podem sinalizar problemas, como gravidez ectópica — condição médica em que o embrião se implanta fora do útero — ou aborto espontâneo.
Os médicos utilizam a medição desse hormônio como uma ferramenta diagnóstica importante para assegurar que a gravidez esteja progredindo como deveria, garantindo a tranquilidade da mãe e a preparação para qualquer intervenção precoce que possa ser necessária.
O exame de sexagem fetal: é menino ou menina?
O exame de sexagem fetal é um teste não invasivo de diagnóstico que permite determinar o sexo do bebê a partir de uma amostra de sangue da mãe. Este exame pode ser realizado a partir da 8ª semana de gestação, período no qual o DNA do feto já está presente em quantidade suficiente no sangue materno para análise.
O teste é realizado mediante a coleta de uma amostra de sangue venoso da mãe. Esse sangue contém, além do DNA materno, fragmentos do DNA fetal, analisados para detectar a presença ou ausência do cromossomo Y. Se o cromossomo Y é detectado, a espera é por um menino. Caso contrário, é provável ser uma menina.
A técnica empregada na análise do DNA fetal presente no sangue materno é conhecida como PCR em tempo real. Esta técnica amplifica segmentos específicos do DNA para identificar traços genéticos, como o cromossomo Y. A sensibilidade e especificidade desta técnica são bastante elevadas, garantindo uma grande precisão na determinação do sexo do bebê.
A utilidade principal do exame de sexagem fetal é a detecção precoce do sexo do feto, o que pode aliviar a ansiedade dos pais. Portanto, também tem implicações importantes para o diagnóstico precoce de doenças genéticas ligadas ao sexo. Por exemplo, algumas desordens como a distrofia muscular de Duchenne e a hemofilia são condições que afetam predominantemente indivíduos do sexo masculino. Ao conhecer o sexo do bebê os profissionais de saúde podem decidir sobre a necessidade de testes genéticos adicionais e a preparar um plano de cuidado e acompanhamento mais adequado para a gestação.
Pré-Natal Não Invasivo (NIPT) na detecção de anomalias cromossômicas na gravidez
O Teste de Rastreio Pré-Natal Não Invasivo, conhecido pela sigla NIPT (em inglês, Non-Invasive Prenatal Testing), é um exame avançado que analisa o DNA fetal livre circulante no sangue materno para detectar possíveis alterações cromossômicas no feto. O procedimento envolve a coleta de uma amostra de sangue da mãe, o que permite identificar a presença de cromossomos extras ou ausentes, servindo como indicativo de certas condições genéticas. A técnica utilizada no NIPT é o sequenciamento de nova geração (NGS), que oferece uma análise detalhada do material genético.
Entre as vantagens do NIPT, destaca-se a alta precisão em detectar condições cromossômicas, como as trissomias, com taxas de precisão superiores a 99% para as mais comuns. A natureza não invasiva do teste, que, ao contrário dos testes pré-natais tradicionais como a amniocentese ou a biópsia do vilo corial, não apresenta risco de aborto.
Contudo, o NIPT possui limitações, como a possibilidade de resultados inconclusivos, que podem ocorrer devido a uma baixa fração fetal de DNA no sangue materno ou outras variáveis técnicas. Embora seja eficaz para trissomias e algumas outras condições, o NIPT não detecta todos os tipos de anomalias genéticas ou defeitos cromossômicos.
O teste é indicado para detectar trissomias comuns, como a Síndrome de Down (Trissomia 21), Síndrome de Edwards (Trissomia 18) e Síndrome de Patau (Trissomia 13), além de poder ser utilizado para identificar variações em números dos cromossomos sexuais, como a Síndrome de Turner (monossomia X) e outras condições relacionadas.
Os resultados do NIPT podem influenciar o planejamento e as decisões no acompanhamento pré-natal. Resultados positivos para qualquer anomalia podem levar a investigações adicionais para a confirmação diagnóstica, permitindo aos pais e médicos se prepararem para necessidades especiais de cuidados ao nascimento ou mesmo considerar opções durante a gestação. A análise médica dos resultados contribui para a tranquilidade dos pais, reduzindo a ansiedade associada à saúde do bebê.
Diagnóstico e impactos da diabetes gestacional
Diabetes mellitus gestacional é uma condição caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue que ocorre durante a gravidez em mulheres que não tinham diabetes anteriormente. Esta condição pode causar implicações na saúde da mãe e do feto.
A prevalência do diabetes gestacional varia, mas segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), ela afeta cerca de 18% das gestações no Brasil. Alguns fatores de risco incluem história familiar de diabetes, obesidade, idade materna avançada e histórico de diabetes gestacional em gestações anteriores.
O diagnóstico se dá geralmente no segundo trimestre da gravidez, entre a 24ª e 28ª semana, período em que a resistência à insulina começa a se manifestar devido a fatores hormonais relacionados à gravidez. A confirmação é feita principalmente através do teste de tolerância à glicose oral. Este teste envolve a ingestão de uma solução de glicose e a medição dos níveis de glicose no sangue da gestante em diferentes tempos após a ingestão para ver como seu corpo processa a glicose, formando uma curva glicêmica.
Os efeitos do diabetes gestacional na saúde são significativos. Para a mãe, há um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro, complicações durante o parto, como a necessidade de uma cesariana devido ao tamanho aumentado do bebê, risco aumentado de hipertensão e pré-eclâmpsia. Para o feto, as complicações incluem o risco de macrossomia — um peso corporal acima da média —, problemas respiratórios ao nascer, e um risco elevado de obesidade e diabetes na vida futura.
O gerenciamento da condição envolve estratégias destinadas a manter os níveis de glicose no sangue sob controle. A dieta é um componente crítico; as gestantes são aconselhadas a seguir um plano alimentar bem equilibrado e monitorar a ingestão de carboidratos para evitar picos de glicose no sangue. O exercício regular também é recomendado para auxiliar no controle dos níveis de glicose no sangue. Em alguns casos, quando a dieta e o exercício não são suficientes, existe a possibilidade do uso de medicamentos a depender da orientação médica.
Importância do exame pré-natal
O exame pré-natal é importante para assegurar a saúde e o bem-estar da mãe e do feto ao longo da gravidez. Esses exames atuam na prevenção, diagnóstico precoce e manejo adequado de condições que podem impactar negativamente a mãe e o bebê. Eles possibilitam a detecção precoce de problemas de saúde e incluem diferentes testes que monitoram o desenvolvimento e a saúde do feto, verificando aspectos como o crescimento fetal, a posição do bebê, a saúde da placenta e os níveis de líquido amniótico.
Durante as consultas pré-natais, os profissionais de saúde oferecem aconselhamento e educação sobre aspectos importantes como nutrição adequada, atividades físicas e manejo de sintomas comuns da gravidez. Essas consultas são uma oportunidade para discutir planos de parto e esclarecer quaisquer dúvidas ou preocupações que a gestante possa ter, reduzindo assim a ansiedade dos pais. Os exames facilitam implementar intervenções precoces se forem detectadas anormalidades ou riscos à saúde, possibilitando tratamentos e alterações na dieta, ou encaminhamento para especialistas quando necessário. O acompanhamento pré-natal também é focado na saúde a longo prazo da mãe e da criança, orientando sobre cuidados pós-parto e amamentação.
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Referência científica:
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