Mulheres na linha de frente da saúde digital: o que sua marca precisa saber

A saúde digital já faz parte da vida de muitas pessoas, mas nem sempre os avanços tecnológicos levam em conta quem usa esses serviços.. Em nossa sociedade, as mulheres são as principais responsáveis pelo cuidado da família, assumem a gestão da saúde dos filhos, dos pais e também de si mesmas. Mesmo assim, por muito tempo, elas foram pouco consideradas no desenvolvimento de soluções digitais.

Esse cenário vem mudando. Nos últimos anos, cresceu o número de iniciativas voltadas para as necessidades de saúde das mulheres, e entender esse público é essencial para quem deseja criar experiências mais relevantes e inclusivas.

O papel das mulheres na gestão da saúde

As mulheres ocupam um lugar central no cuidado com a saúde, tanto no ambiente doméstico quanto no sistema de saúde. São elas que mais pesquisam informações sobre saúde na internet, acompanham tratamentos e tomam decisões sobre o bem-estar da família.

As mulheres vêm adotando o uso de aplicativos, ferramentas para agendamentos online, dispositivos vestíveis e outras tecnologias que trazem praticidade e agilidade para o cuidado.

A evolução das soluções para saúde da mulher

Com esse protagonismo em mente, o mercado de saúde digital começou a se movimentar. Entre 2020 e 2024, startups focadas em saúde feminina arrecadaram mais de 4 bilhões de dólares em investimentos, desenvolvendo aplicativos para fertilidade, acompanhamento do ciclo menstrual, menopausa, entre outros.

Esse crescimento mostra não só uma demanda latente, mas também uma oportunidade clara de inovação. O futuro da saúde digital passa, necessariamente, por compreender e atender melhor esse público.

Mulheres usam, mas nem sempre confiam

Mesmo sendo usuárias engajadas, muitas mulheres ainda preferem métodos tradicionais para acompanhar sua saúde. Segundo a pesquisa “Consumer Adoption of Digital Health Survey 2024”, realizada pela Rock Health, 56% das mulheres relataram uso de ferramentas de atendimento virtual nos últimos 12 meses, enquanto 59% dos homens dizem ter utilizado.

Elas monitoram métricas como pressão arterial, peso e sintomas com mais frequência que os homens, mas muitas vezes o fazem de maneira analógica. Um dos motivos é a dificuldade com o uso de aplicativos pouco intuitivos, mas também há um fator importante de confiança.

Segundo a pesquisa, poucas mulheres confiam totalmente nas informações de saúde que encontram online. Essa confiança é ainda menor quando essas informações são compartilhadas nas redes sociais. Portanto, mais do que oferecer tecnologia, é preciso garantir segurança, clareza e empatia no relacionamento digital com esse público.

Dispositivos vestíveis e o conteúdo contínuo

Os dispositivos vestíveis como relógios inteligentes são uma das principais portas de entrada para o uso da saúde digital pelas mulheres. A maioria das usuárias monitora métricas como frequência cardíaca, atividades físicas e ciclo menstrual usando tecnologias digitais.

A Rock Health identificou que 71% das mulheres que monitoram sua frequência cardíaca digitalmente, assim como 70% das mulheres que monitoram sua atividade física e 70% das mulheres menstruadas que monitoram seus ciclos menstruais com ferramentas digitais.

Há um enorme espaço para inovação nesse segmento. Soluções simples, práticas e centradas na experiência real das mulheres têm muito mais chance de sucesso.

Busca por informação e cuidado com a qualidade

As mulheres são também as que mais pesquisam sobre saúde na internet, segundo a Rock Health. Usam buscadores, fóruns, comunidades e redes sociais para entender sintomas, diagnósticos, tratamentos e efeitos colaterais de medicamentos.

O público feminino utiliza mais os mecanismos de busca, como Google ou Bing, para pesquisas sobre tópicos de saúde do que homens. Quando o assunto é diagnóstico, 49% buscam sobre o tema, 43% dos homens. Sobre opções de tratamento são 46% de mulheres contra 40% de homens, e prescrição de medicamentos e efeitos colaterais o público feminino é 52%, contra 44%.

Apesar dessa busca intensa, o nível de confiança nas fontes digitais é baixo no público feminino. Isso revela uma lacuna importante: criar conteúdos e plataformas que unam boa informação, linguagem acessível e validação técnica pode fazer toda a diferença.

Além disso, a adoção de ferramentas como a inteligência artificial ainda é menor entre as mulheres, justamente por receio de confiar cegamente em respostas automáticas. Apesar de serem grandes de mecanismos de busca, as mulheres têm adotado mais lentamente ferramentas de IA como o ChatGPT ao buscar informações sobre saúde, com 15% de uso por mulheres, em comparação com 23% dos homens.

Relações importam

Outro ponto essencial é que a saúde digital para mulheres precisa considerar o papel delas como cuidadoras. Muitas não cuidam apenas de si, mas também de familiares. Isso influencia como usam aplicativos, como compartilham dados e como se relacionam com profissionais de saúde.

Mais da metade das mulheres (51% na pesquisa da Rock Health) se diz disposta a compartilhar dados com médicos e familiares. Isso reforça a importância de plataformas que respeitem esse desejo de colaboração e criem experiências conectadas, onde profissionais e pacientes trocam informações de forma fluida e segura.

Personalização de perfil das pacientes

Falar sobre mulheres como usuárias da saúde digital não é falar de um único perfil. A idade, a condição socioeconômica, a fase da vida, o acesso à tecnologia e o contexto familiar mudam completamente a forma como cada uma se relaciona com o cuidado.

Por isso, criar soluções que funcionem para todas exige ouvir ativamente essas mulheres, testar com diferentes perfis e incluir diversidade desde o desenvolvimento.

A personalização precisa ser prioridade. Aplicativos, plataformas e conteúdos que reconhecem essas diferenças e se adaptam ao dia a dia das usuárias têm muito mais chances de engajar e gerar impacto.

As mulheres já são protagonistas no uso da saúde digital. Elas usam, avaliam, comparam, recomendam e, acima de tudo, cuidam. Mais do que conectar dados e funcionalidades, é preciso conectar histórias, necessidades e experiências reais.

Inovar com foco nas mulheres é abrir espaço para soluções mais humanas, inteligentes e eficazes.

As mulheres já estão liderando a transformação da saúde digital. Sua marca está pronta para acompanhá-las? Entre em contato conosco para criar experiências que conectam cuidado, tecnologia e realidade.

Referências:
Rockhealth. Women in focus: understanding women as digital health consumers. 2025.
Rockhealth. Consumer Adoption of Digital Health Survey. 2024.